A participação no "The Ultimate Fighter Brasil - Em busca de campeões" fez bem paraWanderlei Silva. A exposição na TV aberta trouxe novas oportunidades para o ex-campeão do Pride, e a passagem pelo país fez o lutador redescobrir sua "brasilidade". Tanto que, após a luta contra Vitor Belfort pelo UFC 147, o "Cachorro Louco" quer migrar de volta dos Estados Unidos, onde mora atualmente.
Wanderlei se disse apaixonado pelo país após gravar o TUF Brasil (Foto: Thiago Correia/Globoesporte.com)- Fiquei de dezembro até março no Brasil, não ficava tanto tempo no país há muito tempo, e estou o mais brasileiro dos brasileiros. Estou apaixonado pelo Brasil. A América foi boa para mim, mas acho que vou fazer mais diferença aí do que aqui - declarou Wanderlei aoSPORTV.COM.
Até o UFC 147, Wanderlei Silva vai permanecer nos EUA, alternando seus treinos entre Las Vegas, na Wand Fight Team, e a Califórnia, onde vai trabalhar com Rafael Cordeiro e Mark Muñoz. Depois do evento no Engenhão, marcado para 23 de junho, o peso-médio volta para o país, com a intenção de montar filiais de sua academia e estabelecer novos pólos de luta pelo território nacional. As negociações para estabelecer uma filial em Curitiba, sua cidade natal, já estão avançadas.
A academia de Wanderlei Silva em Las VegasHome de Combate: confira as últimas notícias do mundo do MMA
O crescimento do MMA no país trouxe diversos patrocínios de empresas nacionais para Wanderlei - só neste ano, o lutador assinou com marcas de suplementos alimentares, de acessórios esportivos, de roupas íntimas e de bebidas, que, segundo o próprio, ofereceram valores superiores ao que recebia no exterior. Por isso, o ex-campeão do Pride sente que terá condições de fazer nas filiais brasileiras o mesmo programa que tem em Las Vegas, no qual dá duas aulas gratuitas por dia para menores carentes.
- A condição para fazer uma filial é ter o mesmo projeto social que temos aqui. Temos dois horários para crianças adotadas e é o maior barato, tem 50 meninos e 50 meninas. No Brasil, os nossos carentes são mais carentes do que os daqui. Você vê que algumas das necessidades dessas crianças daqui são um luxo comparado às necessidades das crianças do Brasil. Eu vim de um projeto como esse, fiz acordo com o dono da academia e não tive que pagar por muito tempo. Se não fosse isso, não haveria um Wanderlei Silva. Penso em quantos Wanderlei Silvas existem por aí que não podem pagar academia - contou.
'Uma luta de cada vez'
Wandnocauteou Cung Le em sua última luta, emO retorno ao Brasil, porém, também soa como mais um indício de que o "Cachorro Louco", aos 35 anos de idade, está próximo de se despedir das lutas. Fabrício Werdum, companheiro de treinos de Wanderlei e um dos treinadores de sua equipe no TUF Brasil, declarou recentemente que recomendaria ao amigo parar se vencesse Belfort no Rio de Janeiro. Quando o assunto é aposentadoria, entretanto, o peso-médio desconversa.
- Estou vivendo uma luta de cada vez. Só minha performance vai dizer. De repente eu nocauteio o Vitor Belfort e todo mundo vai querer outra luta. Estou fazendo 10 rounds de sparring direto aqui contra lutadores jovens, fortes, altos, e estou me sentindo bem. Já pedi a Deus para me avisar quando for a hora certa de parar - afirmou.
Wanderlei também confirmou que gostaria ainda de fazer uma última luta no Japão, onde foi ídolo no Pride, antes de dizer adeus, mas, por outro lado, sente que sua popularidade pode adiar ainda mais a despedida.
- Aí vai pintar Las Vegas, Austrália, Alemanha, todo mundo vai querer uma última luta lá também. Em todo lugar que me colocam para lutar sempre sou muito bem recebido pelo público. Só sei que, assim que começar a venda de ingressos do Rio, vai acabar rápido. Falei para a galera, o Engenhão vai tremer! - concluiu, bem-humorado, Wanderlei Silva.