Tricolor gaúcho acumula erros de administração e fracassos em 2011

 

 Porto Alegre

 
retirada caixa de som grêmio olímpico  (Foto: Mariana Kneipp / Globoesporte.com)Grêmio preparou festa para Ronaldinho
(Foto: Mariana Kneipp / Globoesporte.com)

Desde o início da gestão Paulo Odone, no ano passado, não foram poucos os problemas que afligiram tricolores de todas as querências.

Para estancar a crise, o presidente do clube gaúcho anuncia mudanças no departamento de futebol - o vice Antônio Vicente Martins teve o pedido de demissão aceito, e com ele devem ser liberados o assessor José Simões e o diretor-executivo Alexandre Faria, ainda nesta segunda-feira.

Os revezes começaram ainda em dezembro. Obstinado em contratar Ronaldinho Gaúcho, o Grêmio esqueceu-se das demandas restantes. Caixas de som foram colocadas no campo do Estádio Olímpico para a festa de recepção do craque, mas o ex-jogador gremista foi parar no Flamengo, clube pelo qual declarou amor. Odone havia anunciado no dia da reapresentação do grupo, para os jogadores, a contratação de Ronaldinho. "Só falta assinar" tornou-se frase folclórica.

Também foi anunciada uma parceria com a empresa Traffic. Tudo certo. Mas pela participação da empresa ao lado do Flamengo no acerto com Ronaldinho, os dirigentes do Grêmio indignaram-se, e cancelaram o acordo informal - abortando, também, a negociação com o zagueiro uruguaio Coates, que seria levado ao Grêmio pela Traffic.

Enquanto recuperava-se do baque, o Grêmio viu Jonas ir para o Valencia. Durante a negociação com Ronaldinho, os dirigentes suspenderam as tratativas para a renovação de contrato do atacante, artilheiro do Brasileirão em 2010. Descontente, ele foi embora por um valor irrisório.

No discurso de posse, no Conselho Deliberativo, Paulo Odone ironizou o Inter, que recém havia perdido para o Mazembe no Mundial de Clubes: "a imagem daquelas nádegas batendo no solo jamais sairão das nossas retinas". Ironicamente, ao perder o Gauchão em casa para o mesmo Inter, Odone viu o goleiro colorado Renan comemorar utilizando-se da mesma celebração do africano Kidiaba, que Odone chegou a dizer que "contrataria para o Grêmio".

Daí em diante, outros pequenos incidentes enfileiraram-se no dia a dia tricolor: Vinicius Pacheco foi contratado sem o aval do Flamengo, precisou voltar ao Rio de Janeiro, para depois retornar ao Grêmio; os jovens Jaílton e Leandro não puderam embarcar a Rivera, onde atuariam com o time reserva no Gre-Nal do Gauchão, porque faltaram documentos - eram menores de idade à época.

Nas obras da Arena, novo estádio do Grêmio, houve duas greves de funcionários. Os operários reclamaram de más condições de trabalho, e chegou a acontecer uma intervenção capitaneada pelo sindicato até que as reivindicações fossem atendidas.

Também foi enviada à Conmebol com erros a lista de trocas na Libertadores, mas houve tempo para a correção; foi contratado o volante Everton, do Cruzeiro, mas não se sabia que ele estava lesionado, e a negociação foi suspensa; Busatto foi emprestado ao ASA-AL, mas depois a diretoria requisitou seu retorno para trabalhar com quatro goleiros; Lins foi retirado da Libertadores na primeira troca, mas voltou ao elenco na segunda troca; Gabriel e André Lima perderam pelo menos um jogo da temporada em razão de atraso na regularização de documentos pendentes das renovações de contrato.

Mais recentemente, Carlos Alberto foi defendido publicamente das acusações de indisciplina, mas depois foi liberado sem rescisão contratual, permanecendo um mês vinculado ao clube; e o zagueiro Rafael Marques foi afastado do grupo, fora dos planos, mas acabou reincorporado e está no time titular.

Para culminar, Renato Gaúcho - maior ídolo da história do clube - foi dispensado antes de utilizar no time principal os reforços por ele indicados; e neste final de semana, fechando a longa lista, houve o anúncio da contratação de Wellington Paulista, embora o departamento de registros da CBF acredite que o jogador não pode atuar pelo Grêmio - o negócio está embargado até que se resolva o impasse.

Paulo Odone atribuiu boa parte dos problemas a terceiros. No caso Ronaldinho, responsabilizou o empresário Assis, assim como na perda de Jonas lembrou que o contrato foi elaborado pela diretoria anterior. Os eventuais erros nas contratações caíram na conta de Renato Gaúcho, assim como a má campanha no Campeonato Brasileiro - a equipe está apenas dois pontos acima da zona de rebaixamento.

Sem Vicente Martins, e provavelmente sem Simões e Faria, Odone deve anunciar o ingresso de Paulo Pelaipe no departamento de futebol, em cargo remunerado. Há um mês no cargo, o técnico Julinho Camargo - com apenas 33,3% de aproveitamento - também corre risco.

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