Argentino em casa: atletas elegem Montillo o melhor gringo do Brasil

 

Argentino em casa: atletas elegem Montillo o melhor gringo do Brasil

Meia do Cruzeiro fica à frente de atletas renomados, como D’Alessandro, Dátolo, Herrera, Valdivia e Loco Abreu

Por Marco Antônio AstoniBelo Horizonte

 
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Montillo do Cruzeiro (Foto: Marco Antônio Astoni / Globoesporte.com)Respeito a Montillo, o melhor gringo, também citado
como craque e reforço pelos jogadores
(Foto: Marco Antônio Astoni / Globoesporte.com)

Walter Damián Montillo chegou ao Cruzeiro em agosto de 2010, vindo do Universidad de Chile. Tinha sido decisivo no confronto que eliminou o Flamengo da Libertadores daquele ano, nas quartas de final. Mas ainda era possível andar pelas ruas do Brasil sem ser notado. No entanto, em pouco menos de dois anos no país, tem fama de sobra e já é considerado pelos próprios jogadores que disputam o Campeonato Brasileiro como melhor estrangeiro em atividade na competição. Não é pouca coisa, já que Montillo ficou à frente de atletas de renome, como os argentinos D’Alessandro, Dátolo e Herrera, o chileno Valdivia e o uruguaio Loco Abreu.

Os dados são de pesquisa feita pelo GLOBOESPORTE.COM e pela revista “Monet”, com mais de 300 jogadores, sobre o Campeonato Brasileiro. Montillo comemorou ter sido o mais votado, mas lembrou que ainda sente falta de conquistas nacionais, já que o único troféu no país em sua galeria é o do Mineiro de 2011.

- É um prazer e uma alegria grande que os jogadores brasileiros e estrangeiros respeitem meu trabalho aqui. Acho que, desde que cheguei aqui, as coisas foram bem dentro do campo e no pessoal. Ganhei respeito dos outros jogadores. Mas eu tento fazer sempre o melhor. Não deixo só que os números sejam bons, mas trato de fazer dentro do campo para alimentar isso que vim procurar no Brasil, que é ter conquistas com o Cruzeiro.

grafico monet montillo - 2 (Foto: arte esporte)

Craque do Brasileirão

O meia cruzeirense valorizou ainda mais sua boa votação ao lembrar da rivalidade entre Brasil e Argentina no futebol. Montillo não foi destaque somente entre os gringos. Ele conseguiu outra excelente marca entre os boleiros, ao ser apontado como o quarto lugar na lista dos candidatos a craque do Brasileirão.

- Para mim, é muito bom chegar ao futebol brasileiro, com a rivalidade que tem dentro do campo entre Argentina e Brasil, e ter este reconhecimento dos jogadores. É uma satisfação muito grande. Sempre falo que respeito e gosto muito do jeito de jogar do brasileiro. Então, é como eu disse: é uma satisfação, mas procuro melhorar.

Reforço dos sonhos

Montillo dá risadas na Toca da Raposa II (Foto: Washington Alves / Vipcomm)Montillo sorri na Toca da Raposa: reconhecimento
rápido (Foto: Washington Alves / Vipcomm)

Montillo teve números marcantes em mais um item da pesquisa feita pelo GLOBOESPORTE.COM e pela ”Monet”. Ele ficou na quinta posição no quesito "reforço que gostaria de ter no seu time". O meia argentino disse ver com espanto a velocidade com que conseguiu tanta fama no Brasil.

- É muito bom. Às vezes, fico impressionado em fazer um sucesso assim em tão pouco tempo. Agradeço a todos que votaram e me querem em seu time. Sou um jogador simples, que quer fazer o melhor dentro de campo. Para mim, é uma alegria muito grande que os outros jogadores falem bem de mim. Há jogadores muito bons aqui no Brasil. É bom ficar entre os cinco. Não quero ficar só com isso. Quero melhorar, porque o jogador de futebol pode evoluir até o fim da carreira.

Argentino sem polêmicas

 

Os jogadores argentinos têm fama de marrentos e catimbeiros. Em algumas ocasiões, atletas de muito talento são lembrados mais pelas polêmicas causadas do que pelo futebol em si. Com Montillo, é diferente. O cruzeirense só foi votado uma vez como atleta mais chato do Brasileirão.

Casado com Melina e pai de Valentim e Santino, Montillo é um cara tranquilo fora de campo. O comportamento pacato é exibido também dentro das quatro linhas. Em 91 jogos pelo Cruzeiro, Montillo foi expulso apenas uma vez, em um clássico contra o Atlético-MG, pelo primeiro jogo das finais do Estadual do ano passado.

- É bom ser lembrado por isso também. Sou um jogador que não gosta de brigar dentro do campo, só de jogar bola. Às vezes, posso ficar chateado, como todo jogador, mas nunca vou brigar com ninguém, porque futebol é um esporte que todo mundo curte, e a briga fica mal. Sempre falo que não é mais homem o que briga em campo, mas sim o que joga melhor. Não gosto de brigar, nem com companheiros nem com o juiz. Posso ficar chateado com algum lance de jogo, mas sou um jogador tranquilo. Às vezes, fico chateado comigo, por não fazer uma boa partida, mas nunca com um companheiro do meu time ou do adversário.

Ídolo máximo

Quem fez parte da pesquisa Quem não fez parte da pesquisa
América-RN, Atlético-GO, Atlético-MG, Atlético-PR,
Barueri, Boa
Esporte,
Botafogo,
Bragatino,
Ceará,
Corinthians,
Criciúma,
Flamengo, Fluminense,
Goiás, Guarani, Guaratinguetá, Náutico, Ponte
Preta,
Portuguesa,
Santos, São Caetano, São
Paulo e Sport
ABC, América-MG, Avaí, Bahia, CRB, Cruzeiro, Figueirense, Grêmio, Internacional, Ipatinga,
Palmeiras, Vasco e Vitória. Até o fechamento desta matéria, não estavam cumputados os votos de ASA, Coritiba,
Joinville e Paraná, os últimos
a chegar

Nos 21 meses de Cruzeiro, Montillo se tornou o maior ídolo da torcida, não só pelo futebol apresentado em campo, mas também pelo carisma mostrado fora dele. O problema de saúde do filho mais novo, Santino, virou tema de campanha dos cruzeirenses. Portador da síndrome de Down, o garoto, de dois anos e dois meses, comoveu toda Minas Gerais ao passar por uma delicada cirurgia no coração. Mesmo no momento difícil, Montillo não pediu para ser dispensado dos jogos e das concentrações, o que aumentou ainda mais seu cartaz com a torcida.

- Minha relação com a torcida do Cruzeiro sempre foi boa. Sempre os respeitei, e eles sempre me respeitaram dentro e fora de campo. Acontece que o Cruzeiro passa por uma fase que não é tão boa assim, não consegue resultados bons e títulos, que é o que a torcida está acostumada. Isso pode ter caído um pouco, no futebol é assim. Nem sempre estamos por cima. Mas vou me recuperar. Se perdi alguma coisa com a torcida, porque não conquistamos nada importante esse ano ainda, vou recuperar dentro do campo, não com palavras, mas com futebol. É por isso que estou aqui.

Com as reformas do Mineirão e do Independência, estádios de Belo Horizonte, o Cruzeiro tem mandado seus jogos em Sete Lagoas e em Uberlândia. Com isso, Montillo ainda não jogou na capital mineira, o que deverá acontecer no dia 16 de junho, quando a Raposa enfrentará o Figueirense, no novo Independência. O argentino não esconde a ansiedade.

- A expectativa é muito grande. Todo mundo fala que a torcida de Belo Horizonte é muito boa. Entendo que é muito difícil para o torcedor ir para Sete Lagoas. Em Uberlândia é outro tipo de torcedor. Estou há quase dois anos aqui no Cruzeiro e nunca joguei em Belo Horizonte. Para mim e também para o clube, será muito importante voltar a jogar aqui. Já falta pouco tempo para que isso aconteça. É difícil jogar sempre em campos diferentes, não é para colocar desculpas, mas não nos adaptamos. Vai ser muito bom voltar a BH. 

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